O PIB é calculado por meio da seguinte equação: C + I + G + X – M. C representa os gastos do setor privado, I representa o total de investimentos realizados na economia, G representa os gastos do governo, X é o total de exportações e M, o de importações. Mas para que serve esta estatística? Como os gastos do governo podem ser algo positivo para o crescimento de uma economia, sendo que, estes são resultado de capital expropriado da poupança privada da população? Como as importações são algo negativo para o crescimento da economia de um país, dado que, é através da importação de tecnologia que muitas empresas conseguem se desenvolver? A função do PIB é muito mais política do que econômica, a função deste, assim como da maioria dos dados macroeconômicos que os governos apresentam, é justificar o planejamento central da economia de um país – para os que acreditam cegamente em dados macroeconômicos, faz-se importante alertar que a economia não é uma entidade com vida própria e independente, na verdade, a economia é resultado da ação de indivíduos.

O PIB é uma medida que equipara gastos privados com gastos do governo, e pior, ignora completamente todo o crescimento potencial e riqueza que são destruídos pela tributação, é por isso que nós nunca conseguimos sentir os efeitos positivos do crescimento do PIB, muito pelo contrário, nós sempre sentimos os efeitos negativos gerados pelo crescimento artificial do PIB, a inflação monetária por exemplo, é algo que gera crescimento no PIB mas prejudica a maior parte da população, os únicos beneficiados são aqueles que são os primeiros a receber o dinheiro recém-criado pelo Banco Central, estes, podem usufruir dele antes que o seu valor seja diluído.

Em uma economia descentralizada, o PIB seria importante?    

NÃO! O PIB só tem relevância porque vivemos em uma economia totalmente obstruída pela interferência do Estado, portanto, se faz necessário que o empresário entenda o PIB a fim de deduzir quais serão as atitudes das autoridades planejadoras.

O que mais nós precisamos saber sobre o PIB?

  1. O PIB mede o produto final de uma economia e não o produto total. Logo, grande parte da estrutura de produção permanece fora do cômputo, o que torna o PIB uma medida superestimada e ineficaz;
  2. O PIB não separa atividades que efetivamente geram crescimento das que dilapidam capital;
  3. O PIB mede bem-estar – UMA MENTIRA;
  4. O PIB é uma medida que subestima o verdadeiro produto da economia. Logo, as oscilações da produção e os ciclos econômicos – frutos do intervencionismo – são muito mais intensos do que nós podemos ver através do PIB. Em suma, nós temos um mensurador econômico que exalta um crescimento econômico que na verdade não é tão vigoroso quanto indicado pelos números e que esconde uma recessão que é muito mais forte do que os números indicam.

Por que o brasileiro valoriza tanto o PIB?

Os economistas do Brasil são fortemente influenciados pela corrente kaleckiana do keynesianismo – corrente esta, que também é muito próxima do marxismo, pois é, nada é tão ruim que não possa piorar – a ideia central de Kalecki e seus seguidores é a de que capitalistas ganham o que gastam e operários gastam o que ganham, portanto, eles propõem que o Estado assuma a função de capitalista, pois desta forma, os gastos do governo seriam capazes de enriquecer o país e também de garantir que os trabalhadores recebessem a sua fatia justa na condição de consumidores. Basicamente, a maioria dos economistas brasileiros acredita que gastos do governo e consumismo são o caminho para a prosperidade (e a produção que se dane). O resultado não poderia ser outro: uma população cada vez mais endividada, déficits cada vez maiores e uma inflação pujante. Show!

O principal motivo do PIB ser um mensurador tão bem aceito pelos brasileiros (sejam eles empresários, políticos ou rentistas), é o fato deste ser uma excelente desculpa para o governo gastar mais, empresas endividadas conseguirem crédito barato e consumidores terem a falsa sensação de que podem gastar mais (e assim se endividarem cada vez mais). PIB só serve para estimular consumismo e protecionismo, coisas que, como diria o grande Carioca (Márvio Lúcio), o brasileiro ama.


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