Quem acompanha futebol há de concordar que os atuais Flamengo e Palmeiras são as melhores coisas que aconteceram ao futebol brasileiro em muito tempo. Mas por quê? São apenas dois clubes com alto poder aquisitivo, não? Não! São dois exemplos de gestão que elevaram o nível do futebol brasileiro nos últimos três anos. Mas o título se refere a “clubes pequenos”, por que falar de Flamengo e Palmeiras? Porque somente os clubes pequenos podem praticar o mesmo modelo de gestão que o alviverde paulista e o rubro-negro carioca praticam, pois são clubes que precisam ser saudáveis financeiramente para sobreviver.

A importância de não ser insolvente

Devido ao pouco espaço na mídia e pequeno número de torcedores a nível nacional, os clubes pequenos geralmente trabalham com um orçamento apertado, o que não é de todo ruim, dado que maus investimentos tendem a ser desconsiderados num cenário de escassez de capital.

Clubes pequenos não podem contratar jogadores caros que não dão resultado e não podem prometer salários que não podem cumprir, a sobrevivência destes clubes depende do investimento em estrutura e vendas de jogadores, sendo assim, o endividamento torna-se algo indesejável e contraproducente.

A falência dos grandes é benéfica para os bons jogadores e para os clubes saudáveis financeiramente

Já reparou que os principais jogadores do Flamengo em 2019 vieram de clubes endividados? Arrascaeta (ex-Cruzeiro), Bruno Henrique (ex-Santos) e Gabriel (ex-Santos) são jogadores que saíram de um cenário em que provavelmente não receberiam salários e seriam crucificados por suas torcidas pelo mau momento de suas equipes para outro em que foram campeões brasileiros e continentais recebendo em dia e jogando ao lado de grandes jogadores a nível de futebol brasileiro.

É claro que os clubes pequenos não possuem o mesmo poder aquisitivo do Flamengo e não podem contratar jogadores do nível de Arrascaeta e Bruno Henrique, mas, podem muito bem tirar bons jogadores de clubes grandes, como é o caso de Yago Pikachu (ex-Vasco) no Fortaleza, Pedro Henrique (ex-Corinthians) no Athletico-PR e Marcinho (ex-Botafogo) no Athletico-PR.

Além de conseguir tirar bons jogadores de clubes grandes, os clubes pequenos também têm conseguido disputar jovens jogadores no mercado e manter suas equipes fortes por mais de uma temporada. Red Bull Bragantino, Fortaleza, Ceará, Atlético-GO, Athletico-PR, América-MG e Cuiabá são casos de sucesso que merecem atenção.

Conclusão

A ascensão dos clubes pequenos tem tornado o futebol brasileiro mais competitivo e contribuído para a revelação de jovens talentos. Os rebaixamentos de Cruzeiro (2019), Vasco (2020), Botafogo (2020) e Grêmio (2021) mostram que a desorganização e a falta de profissionalismo estão perdendo espaço no futebol brasileiro, a esperança é que o bom momento dos clubes pequenos não suba à cabeça de quem os dirige.   


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